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O lugar onde tudo termina

novembro 19, 2015

Há algum tempo eu tento escrever sobre esse filme fantástico, na verdade desde o início do ano quando tive a oportunidade maravilhosa de vê-lo. Eu sou muito fã de Eva Mendes e Ryan Gosling. Esse filme me comoveu muito, talvez porque eu estou analisando os diversos setores da minha vida. Nos últimos anos eu não tenho gostado muito da maneira que vivo, em uma rotina exaustiva de trabalho e sem ter tempo de fazer o que eu gosto. É certo que a qualidade de vida no setor financeiro mudou para melhor, mas não vivemos somente disso. Depois que minha mãe morreu eu coloquei na minha cabeça que eu não posso mais perder meu tempo. Nunca houve metáfora mais correta que da ampulheta, não há mais tempo para tentativas de ser feliz. Ou eu me satisfaço com minha vida ou era melhor não ter existido. Como a segunda opção não é possível no meu mundo, eu só tenho a primeira alternativa.

O filme de “O lugar onde tudo termina” fala sobre opções de cada um, nós sempre achamos que temos escolha, mas às vezes ela não é a mais correta e acaba reverberando na vida de quem vem depois, como os filhos. Eu sempre achei que o cara que estava na foto com minha mãe e minha irmã (quando era bebê) era o pai da minha irmã, mas uma semana depois que minha mãe morreu minha irmã disse que não era. Ela disse que não quer conhecer o pai, que isso era uma resolução tranquila para ela. Aquele na foto era um pai para ela, mesmo que não fosse biológico. A mãe sempre falou bem dele mas ela nunca chegou a conhecer, já que se separaram. Minha mãe nunca contou sobre o passado e algumas coisas foram embora junto com ela. Talvez seja por isso que eu e minha irmã sejamos figuras femininas fortes, nós não tivemos uma figura paterna forte. Meu pai era completamente dependente da minha mãe que era líder e agora depende de nós cuidar dele.

A vida de Ryan Goslin no filme é desregrada. Ele é um motociclista, o melhor de todos no que faz. Mas está completamente perdido. Ele tem a beleza, tem o estilo, trabalha em um parque de diversões em um globo da morte. Mas está perdido da vida e encontra um motivo para viver com um acontecimento em sua vida. Esse acontecimento é o seu ex-caso que decide visitá-lo e ele redescobre um interesse pela moça. No momento em que ele está decidido à partir da cidade, ele tenta visitá-la em casa. E descobre que tem um filho com ela, através de sua “sogra”.  Luke (Ryan Gosling), entra em modo desespero ao saber que é pai e vê a perspectiva dele voltar a namorar Romina (Eva Mendes), por que a faísca inicial que sentia por ela é despertada pelo seu lado paterno, pela responsabilidade que ele sente pelos dois. Em certa parte do filme ele pronuncia: – Todos precisam de um pai Romina, eu não tive um e veja o que eu me tornei.

Luke e Romina

 

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Luke se despede do circo e quer que Romina vá junto com ele e seu filho, porém Romina não sente segurança em Luke. E acaba substituindo o rapaz por um pai de família que seu filho realmente precisa (e não pelo cara que ela gosta). Sem emprego, a semente da ideia deturpada de ganhar dinheiro é plantada na cabeça de Luke por seu chefe atual, um mecânico de motos que descola um emprego mal remunerado ao rapaz. E aí as encrencas de Luke começam, justificadas pelo filho que ele tem para sustentar e um bom pai que ele tenta ser.

 

Ryan

Mas seu temperamento explosivo e impulsivo mais afasta Romina e consequentemente seu filho, que ainda é um bebê. Mas isso é apenas a origem da história, como falam por aí há acontecimentos que a razão desconhece e coincidência é um termo muito simples para determinadas coisas que acontecem na vida e reverberam na vida dos que amamos, sejam eles os filhos ou quem nos apaixonamos.

 

O lugar

O filho de Luke, Jason: a procura pelo pai que a mãe omite é a procura por ele mesmo e quem ele é.  A descoberta mais decepcionante de sua vida não é sobre o pai, mas sobre o que fizeram com ele. 

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E os segredos dos pais reverberam em uma amizade ingênua entre dois  filhos de pais diferentes, com destinos diferentes: um trágico, heróico e condenável e um honroso, heróico e também condenável. Qual a diferença entre os dois pais? Se o filho do “bandido” tem condutas esperadas de um garoto de sua idade e humildade, fruto de uma família simples,  enquanto o filho do “policial” tem condutas imorais ou amorais, um ego maior que a empatia por qualquer pessoa que não possa tirar algum proveito. Coincidências demais para achar que as coisas acontecem por acaso.

Os filhos de Avery Cross (Bradley Cooper) – AJ (Emory Cohen) e Luke (Ryan Gosling) – Jason (Dane DeHaan): amizade ou vampiragem emocional por parte de AJ?

O lugar2

Luke e Avery, a sociedade te dá o papel que você deve interpretar. Mas nada é tão fácil quanto parece.

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